E os filhos cresceram....
Quando surge a capacitação inicial para a vida, andar com suas proprias pernas exige maturidade.
Maturidade envolve conhecimento acumulado.
O "botton up" exige gradativo armazenamento de informações com links de reforço entre os "buffers funcionais",segundo as premissas de HEBB.
E o "fire together, wire together" já se provou suficientemente necessário ao longo da historia da neurociencia,
Sabemos tambem que HÁ um momento no NEURO-DESENVOLVIMENTO, em que SYNAPTIC PRUNNING, se torna essencial.
Quem curte jardinagem entenderá muito bem minha escrita figurativa/metafórica com as roseiras e suas rosas!. Pois bem, Elas se tornam tão mais viçosas quanto mais adubadas, com a terra remexida, hidratadas corretamente, com luminosidade adequada, e não florescem o tempo todo (!! pensa sobre isso); na primavera elas nos encantam, ao passo que no inverno nos fazem sentir sua falta.
Assim esta sendo o Neuroplaybrasil. Descobri, e me identifiquei com a teoria de Stanley Greenspan, conhecendo o PLAY com Dr Solomon. (Para os impulsivos, que porventura lerem esses escritos: SIM, HA SUBSTRATO DE PESQUISA SUFICIENTE para enaltecer a teoria, e os estudiosos no neurodesenvolvimento NAO PRECISAM SE APOIAR no desrespeito, no Ï am the best"! , na competicao, para se impor numa comunidade). A harmonia entre o botton up e o top down esta diretamente vinculada ao olhar cuidadoso, com conhecimento, para intervir adequadamente e no momento certo, com a criança em desenvolvimento. Nao basta ser trainee, há que se olhar o todo do ser humano em evolucao!
Entre o back forward America do Norte e Brasil, desde 2004 ja se passaram quase 20 anos. Nesse periodo conclui minha formação em Neuropsicanalise (sou hoje a unica brasileira com reconhecimento pela sociedade internacional de neuropsicanalise (farei a atualizacao curricular aqui, I promisse!) e sou a neuropediatra que introduziu Dr Solomon e o PLAY, no Brasil.
Os transtornos no neurodesenvolvimento sofreram vieses e REDUCIONISMOS positivos e negativos como qualquer área do conhecimento. Quando trafegamos no sentido apenas inibitorio, (top down),INIBIMOS O QUE? - o alicerce imaturo, a tomada de decisao inata, a criatividade. Com isso podemos voltar às rosas: se o cuidado com uma criança é feito com PODAS RADICAIS a emergência da diversidade de ramos com suas flores e espinhos será reduzida na diversidade. E o verdadeiro EU fica limitado ao comando/desejo e dependência ao externo. A crianca ficará submetida à tomada de decisao dos cuidadores.Por outro lado, permitir o excesso SEM PODAS (sem inibicoes) deixara o tronco principal sempre na ativa e com isso muitas das vezes - BURN OUT! E a familia adoece! CUIDAR DO TODO - de FORMA CONSILIENTE - CEREBRO/CORPO/MENTE e cuidar da familia, nos compete. Sao mais de 4 decadas dedicadas ao estudo do neurodesenvolvimento. Conhecimento acumulado implica no entanto, em reescrita, de constante updating, e a poda se faz necessaria quando queremos que o conhecimento seja ampliado e procriado. (BTW voces ja fizeram uma muda de roseira utilizando uma batata? experimentem! e a comparem a um galho simplesmente colocado na terra....) Assim que, material escrito acima foi para voces tolerarem as modificacoes em andamento, sem precipitações.
Amo o que faço. Ah ....SIM, ESTOU NA CIDADE DAS ROSAS - Portland, Oregon. E claro, para os que me conhecem, amo associar o meio que me cerca com a construcao do meu pensar. E para todos: gostar de crianças, sim, cuidar delas, sim, cuidar dos seus cuidadores sim, e deixa-los partir quando ha descompasso é sim tambem, uma forma de cuida-los.
Maria Sonia Goergen, MD.