Interação - sua importancia no alicerce cognitivo.

Interação - sua importancia no alicerce cognitivo.

14/01/2020

Para quem ainda não entendeu, através dessas evidencias, mostrando a importância da interação através da atividade prazerosa, POR FAVOR ME PERGUNTE.

Chegamos num momento de avanço tal, das evidencias cientificas, sobre interação com reciprocidade, formando círculos de comunicação com a criança com transtornos no neuro-desenvolvimento, em especial as crianças  com TEA, que insistir em separar o conhecimento  neuro-desenvolvimental do comportamental  implica em ter acesso ao conhecimento do cérebro em desenvolvimento mas querer impor que a criança faça ao modo do cuidador/terapeuta e não ao modo que a criança esta a se neuro-desenvolver, ok? E todos temos o saber da individualidade para montar sua rede neural tanto que não impomos o modo de fazer apenas auxiliamos a criança a MODULAR O APORTE SENSORIAL para não interferir na construção integrada do que aporta ao cérebro. Todo excesso , NÃO SIGNIFICADO/REPRESENTADO, NA REDE NEURAL, SERA SOBRECARGA PARA O SISTEMA NEURAL; PODER MODULAR PARA PLANEJAR O SEQUENCIAMENTO MOTOR, INTERLIGAR COM O AFETO E TER AÇÃO CORRETA, SEM FRUSTRAÇÃO, (QUE SE ACUMULARA E GERARÁ manifestos indesejados (cada área tem um nome para isso, mas que leigamente fica confundido com, teimosia, birra, etc. etc. Nada mais é do que um “grito de frustração “se assim vocês me permitem que eu me expresse). POR FAVOR, NÃO CONFUNDAM COM MANIFESTO INTENCIONAL ONDE A CAUSA foi a falta de limites!!!!

 A PARTIR DO INTERESSE DA CRIANÇA, no correto NIVEL DE DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL (NDF) (NEM ACIMA NEM ABAIXO DO INTERESSE E CAPACIDADE DA CRIANÇA ,PARA NÃO FRAGMENTAR SUA INTERAÇÃO Com o cuidador, E COM O QUE, E COMO, ESTAMOS COMUNICANDO/INTERAGINDO) conseguimos reduzir as lacunas, reduzir a frustração, e atingir níveis mais preenchidos e com mais funcionalidade..

 Pais e professores, principalmente, nos fazem a pergunta: mas como saber como interagir? Não é mais simples dizer não, dar “timeout’ ou compensar com um i-pad para não ter que ouvir gritos e choros e termos brigas?

 

 POIS, POIS,  ASSIM ESTAMOS CAMINHANDO com muitas crianças sequer estando no TEA mas colocados lá, porque assim como na década de 80 as crianças eram colocadas no diagnostico de transtorno disruptivos (TDC/TDAH) passando então para a “onda” dos transtorno do humor (mono ou bipolar) e  hoje há muitos no mesmo caminho, mas dessa vez TEA!!!!!!

 

E o que estamos vendo? Muitas dessas crianças cresceram, não desenvolveram seu NDFs adequado, estão com lacunas no desenvolvimento, com baixo limiar de frustração, (isso é muito sério) desenvolvendo mais e mais comorbidade (ansiedade e depressão principalmente, sem contar a frustração da consciência de que tem mais capacidade do que conseguem manifestar/produzir).

 

O que respondo: VOCE SABE EM QUAL NDF SEU FILHO/aluno/paciente, SE ENCONTRA? Você sabe como interagir no correto NDF?

Uma das pessoas que mais estudou isso foi dr S Greenspan. De seus estudos emergiram capacitações para profissionais (DIR floortime e Profectum); e surgiu P.L.A.Y. Project / TeachingPLAY (para pais e professores).

 

 Hoje me sinto feliz em ver que o óbvio ficou  mais do que cientificamente comprovado; há aplicabilidade com sucesso nas intervenções clinicas: interação / reciprocidade /observação/imitação/antecipação/tempo de espera para aumentar os círculos de comunicação/ decodificação da linguagem não verbal que passa pela comunicação através do movimento corporal e seu manifesto/ são emergências da rede neural que precisam ser examinadas pelo especialista em neurodesenvolvimento.

Desconfie se em 10 minutos lhe foi dado o diagnostico de TEA.

Desconfie de soluções generalizadas de Prof. google.

Confie no seu vinculo afetivo com seu filho.

Não use babá eletrônica.

Peça ajuda à sua rede de apoio familiar (tios e avos)

Procure uma pre escola com propostas de atividades lúdicas (desconfie da imposição cognitiva precoce) – seu filho precisa vir para casa com roupa suja de poeira, com joelhos machucados de tanto brincar, COM UM SORRISO DE SATISFAÇÃO DE TER TIDO UM TURNO DE BRINCADEIRAS COM SEUS AMIGUINHOS.

Procure um tempo na sua agenda para BRINCAR COM A SUA CRIANCA! Musica SIM; eletrônicos antes dos 2 NUNCA; ate os 4, com supervisão usando eletrônico como objeto de interação!!!

Qualquer atividade com seu filho pode ser interativa, cheia de círculos de comunicação! Não imponha, observe-o, e ao descobrir o que ele gosta e está interessado, amplie os momentos com entrega na relação afetiva, no NDF correto. Divertido sempre. Divida os turnos entre o casal. Busque auxilio se ficar pouco prazeroso pois afinal pra isso uma criança tem progenitores, e avos, e tios e escolinha....

Não se constranja em pedir ajuda especializada! Não é fácil cuidar de filhos, não! Sabe porque? Porque os pais não querem errar! Querem o melhor, o maior sucesso, o menor desprazer para seus filhos. Projeta-se muitos desejos não realizados nos filhos. E? Muito se erra. MAS, se a intenção é ter escuta, auxiliar esculpindo condutas inadequadas, permitindo que a frustração possa ser entendida e superada (para pais e filhos) a individualidade do potencial cognitivo, e a linguagem verbal e não verbal emergirão! E a satisfação de ter sido pais dessa forma será tão gratificante que jamais poderia ser imaginada nos momentos, que nunca serão poucos, de “suar a camiseta” para educa-los (jamais treina-los!).

Se vocês tiverem oportunidade de assistir a serie em andamento sobre Bill Gates, entenderão que a mãe dele “suou a camiseta”; e a esposa dele continuou “suando a camiseta”. Há cenas que meu olhar de neuropediatra ficou muito empático com a mãe dele – e, obvio, que meu destaque foi para o objetivo maior dela, auxilia-lo a desenvolver os aspectos interativos/sociais. Ela sabia da sua criatividade, e de sua cognição, mas sem o desenvolver da relação com o outro, me atrevo a dizer, que ele não teria conseguido chegar onde chegou.

Pais geram filhos para cuida-los, e educa-los. Escolas para desenvolver e adquirir conhecimento. Ambos serão gratificados se tiverem consciência de que na individualidade de cada criança emergira um ser pleno em sua capacidade, seja ele um “savant” ou um Bill Gates, se lhe for oportunizado integrar o aporte sensorial modulado com a sequencia e ideação motora embebida de afeto. O resultado será único! Somos responsáveis por nossos sonhos. Coloca-los em pratica, depende de nós!

 

Maria Sonia Goergen,

 MD, neuropediatra, neuropsicanalista, supervisora e coordenadora do Neuroplaybrasil

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